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MEIO OU FIM ?
MEIO OU FIM ?
A Arquitetura, ao expressar a intervenção do homem na natureza, converte-se em um produto da cultura universal. Essa condição possibilita enquadrá-la em uma tendência mais geral, que considera todo fenômeno cultural como um sistema de comunicação, dotado de uma linguagem própria, podendo ser analisada sob aspectos históricos, sociológicos, conceituais, artísticos, morfológicos, tecnológicos, semióticos etc.
 
Apesar desta variedade de enfoques possíveis, nos meios acadêmicos as análises da arquitetura costumam se concentrar no fenômeno em si, ou seja, na sua expressão concreta - O PRODUTO - ou na sua expressão abstrata - O PROCESSO que conduz ao produto. Quer como produto, quer como processo, é indiscutível o papel que a representação gráfica desempenha nestas análises.
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Seria a representação apenas um meio ou também um fim? Apenas processo ou também produto?
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Se considerarmos o que apresentamos na tentativa de definir o que é representação, podemos dizer que ela não está restrita a uma etapa de projeto. Ela aparece no estudo preliminar, anteprojeto, projeto básico, projeto executivo e até mesmo após a compleição da obra, na fotografia.
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Drawing is important because that’s basically what we do as architects. It is others that interpret those drawings and make them physical and spatial
 
Are ideas of space predetermined by the drawings we do? I often think so, and so am interested in the ways different approaches to the representation of space can be combined, sometimes undermining the authority of each.
Isso tudo tem relação direta com as categorias de desenho. Conversamos sobre elas aqui:
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Na graduação, estamos sempre falando em representações. É em cima dela que acontecem as orientações com o professor, que desenvolvemos nossa ideia, que nos comunicamos com os outros membros da equipe, que apresentamos o projeto ao final da disciplina. É com uma representação que os Trabalhos de Conclusão que marcaram a caixinha de “projeto” são apresentados. 
Ainda na graduação, e principalmente aqui, a representação é o fim do projeto. No máximo o desenho vai ser modificado para outra representação que vai para o portfólio. 
o que é o portfólio do recém-formado se não um compilado de representações?
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Os projetos desenvolvidos no curso que realmente são construídos (aqueles que são, geralmente mobiliários ou de pequena escala) são raros, então o que vai demonstrar seu domínio das técnicas construtivas e sua capacidade de pensar critica e criativamente é o desenho.
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Graphic thinking takes advantage of the power of visual perception by making visual images external and explicit. By putting them on paper, we give visual images objectivity outside our brain, an existence of their own over time.
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Quantas vezes já não tivemos uma ideia e a deixamos de lado ou modificamos por não saber como executá-la? Ou como explicar / comunicar para o outro? O domínio das técnicas e ferramentas de representação é essencial para aprimorar o processo de projeto do arquiteto, pois o desenho é uma forma de pensar. 
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Quando vemos um filme não necessariamente pensamos em tudo o que envolveu sua produção, mesmo que o trabalho e a quantidade de etapas e pessoas envolvidas seja enorme.
Da mesma forma, quando o “leigo” vê uma arquitetura não pensa em tudo o que aconteceu desde o seu conceito até ela estar ali, em sua frente, construída. Mas se ela está ali, é devido a tudo o que aconteceu antes, mesmo que a relevância do processo diminua com o produto concluído (ou seja esquecida).
Aqui não quisemos ilustrar somente o desenvolvimento do projeto sem o auxílio da representação, mas também o desenvolvimento do arquiteto sem a discussão sobre a representação
 
São tantas as questões que podemos levantar para discussão no que tange a representação arquitetônica. Este trabalho é, em si, uma tentativa de indicar essas possibilidades. Mas apenas para construir o argumento da necessidade de se discutir mais sobre o tema, principalmente no ambiente da graduação:
Qual o papel de cada tipo de representação?
Escolher entre um render ou uma colagem é apenas questão de gosto pessoal? Ou facilidade com a ferramenta?
Qual o impacto e a potencialidade comunicativa do desenho?
O que significa desenvolver um projeto em CAD ou em BIM, para além de economia de tempo ou maior domínio dos desenhos? Qual é o impacto na construção do conceito, na arquitetura que estamos produzindo? 
O que significa a glamourização do desenho, o potencial de ilusão ou persuasão que ele traz, o enfoque na estética do desenho como necessidade de capturar a atenção do receptor?
Qual o real valor atribuído à representação na avaliação dos projetos, e o quanto isso pode ocultar falhas projetuais
Como lidar com a quantidade de referências disponíveis na internet, e como fazemos o uso destas referências?
O quanto essas referências deixam de ser inspiração e passam a ser um ideal a ser alcançado?
São inúmeras as questões e iniciativas para respondê-las, compondo assim discussões valiosas para perceber o papel do arquiteto de formação generalista na variedade de atuações profissionais. 
E aqui podemos voltar à percepção da representação também como produto.
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Podemos observar também os anúncios de estágio em arquitetura, que geralmente têm como pré-requisito o domínio de algum software específico ou um tipo de representação específica, comumente o render ou o desenho técnico para aprovação de projeto. 
Essa perspectiva está muito associada à ideia do mundo globalizado, da internet e das redes sociais. Se quiser saber mais sobre as reflexões que tiramos daqui, só clicar abaixo:
Já comentamos acima sobre o papel da representação no ensino de arquitetura, mas apesar de ter colocado o desenho como um fim, uma entrega, também podemos pensá-lo como um fim em si mesmo.
 
Como um método de exploração, o desenho para pensar o desenho ou para explorar uma possibilidade conceitual que não necessariamente tem a intenção de ser construída. Essa é, na nossa percepção, a característica mais relevante inerente à graduação: a possibilidade de experimentação. 
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It turns out that architecture’s not about tectonics, construction, drawings or contracts any more than it is about place and context and history and landscape. And it’s not about people and politics and community any more than it is about representation and theory or the poetry of space and materiality and the play of light across a surface. It’s about all of these things and then some, in different proportions. Obvious, right?
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In more recent times, alongside this long-established vein of visionary drawing, late-Modernist and Postmodernist architects have also developed a more critical one, where drawings become a tool of investigation of some aspects of the very same architectural discipline from which they derive and to which they belong; one of the most elaborate of such ventures being the meta-linguistic use of drawings to probe and test the limits and constraints of architectural representation itself.
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