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 FERRAMENTA 

Enquanto estudantes, salvo experiências específicas, imaginamos espaços e os projetamos sabendo que ao passo que a representação ocupa o meio de exposição escolhido, a ideia atinge sua máxima materialidade.

Entendendo esse lugar do indivíduo que projeta, é necessário acordar que o ato de projetar pode ser descrito como o da produção de uma solução - ênfase no produto - e, também, como a resolução de problemas - ênfase no processo.

(LAWSON, 2005)

 

Tendo em vista o objetivo de aprendizagem intrínseco à graduação  daremos enfoque ao aspecto de processo do projeto, ou melhor à projetação, pois esta deve contemplar não só o artefato de projeto, o ‘objeto’, mas também o processo, o esforço organizacional e o seu gerenciamento, além das relações e interfaces que determinam o “mundo desse objeto”. (OLIVEIRA e NAVARRO, p. 4)

Ao participar de um processo de projetação

é necessário ter um suporte técnico tanto para auxílio na tomada de decisões, quanto para registro de desenvolvimento e comunicação, seja ela consigo mesmo ou com outros indivíduos. Esse diálogo ocorre por meio da representação gráfica, permitindo que as ideias em construção sejam expressas na plataforma desejada.

Ao longo do tempo, os métodos de representação se transformaram de modo a aprimorar a sua eficiência perante os fatores da comunicabilidade e viabilidade construtiva. Durante o Renascimento, o conhecimento de novos métodos construtivos e o desejo de criar um mundo no qual o Homem ocupava a centralidade impulsionaram mudanças frente ao sistema de representação. 

Nota-se ainda o início da fragmentação de atividades do então “mestre-construtor”, pois o agente que transitava entre os processos de imaginação e construção de um objeto fora fragmentado entre o indivíduo que projeta e o que constrói. Esse cenário influenciou diretamente movimentos de sistematização da representação, por meio de tratados como o da geometria descritiva, inaugurado por Brunelleschi. 

RENASCIMENTO

papel

desenho

perspectiva

REV. INDUSTRIAL

eletricidade, geometria descritiva, desenho técnico e arquitetônico

COMPUTAÇÃO

XIX

XII

XXI

XVI

XIV

XIII

XV

XVIII

XX

ID. MÉDIA

ID. MODERNA

ID. CONTEMPORÂNEA

andre_edited.jpg

 05:05 

 

No século XV, o desenvolvimento de novas formas de representação, com destaque para a perspectiva, impactaram diretamente o processo de projeto ao passo que ampliaram a relação entre o arquiteto e a visualização do espaço imaginado.

 

Posteriormente, os adventos da Revolução Industrial e as transformações impulsionadas pelas máquinas promoveram a instituição de normas técnicas perante a representação. Nesse momento, a linguagem arquitetônica passa a compreender novos códigos que por meio dos desenhos ortogonais indicam as características da volumetria projetada.

A partir da década de 70, com a introdução dos softwares CAAD (Computer Aided Architectural Design), podemos notar algumas mudanças-chave frente p projeto arquitetônico, principalmente no que diz respeito à relação entre o arquiteto e a ferramenta:

desenho à mão

desenho no CAD

(layers, possibilitando que as camadas sejam ocultadas ou articuladas entre si)

(vocabulário do desenho digital em inglês)

edição de elementos separadamente

padrões inseridos de forma digital, mais precisão  e facilidade de repetição

comandos e atalhos de teclado, cliques do mouse

pressupõe que o desenho seja refeito

feitos um por vez com variabilidade de instrumentos e movimentos

traço com movimento da pena, réguas e compassos

proposição de

alterações

desenho

geometria do

desenho

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00:34

Posteriormente, de acordo com o professor Mateus Pontes, podemos diferenciar os softwares de desenhos da seguinte forma:

MODELAGEM COM INFORMAÇÃO

 

Os desenhos bidimensionais e o modelo tridimensional são construídos simultaneamente ao passo que indicamos as informações inerentes a cada elemento.

 Mateus 
 Pontes  
 Mateus 
 Pontes  

MODELAGEM GEOMÉTRICA

 

Os desenhos podem ser expressos a partir de vistas de modelos tridimensionais, como ao fazer um corte do modelo no SketchUp para visualizar a planta do objeto em questão.

DESENHO À MÃO

 Mateus 
 Pontes  

 

Reproduz a mesma lógica do desenho à mão onde este é composto linha por linha.

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 02:44 

Sabemos que a partir de então, as transformações tecnológicas e a própria forma que consumimos arquitetura têm influenciado diariamente a experiência da concepção do projeto.

 

Atualmente vivemos a introdução dos modelos em BIM (Building Information Modeling) e somos estimulados antecipadamente a fornecer respostas relacionadas ao desempenho dos elementos e materiais, por exemplo, dentre outras informações que possam antecipar incompatibilidades do projeto.

 
Os programas de computador atuais variam de programas bidimensionais de desenho até geradores de maquetes eletrônicas e superfícies tridimensionais que auxiliam no projeto e na representação de edificações, de casas pequenas a estruturas grandes e complexas. Assim, é importante reconhecer as oportunidades e os desafios únicos que as ferramentas digitais oferecem à representação gráfica em arquitetura. Por outro lado, seja um desenho feito à mão ou desenvolvido com o auxílio de um computador, os padrões e as avaliações que se aplicam à comunicação efetiva das ideias em projetos de arquitetura continuam os mesmos
(CHING, 2009, prefácio).
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Mateus Stralen 

Simuladores de realidade virtual, softwares de simulação de condições ambientais, modelagem e fabricação digital dentre tantos outros conhecimentos computacionais (importados de outras áreas ou desenvolvidos especificamente para a arquitetura) proporcionam novas formas de apresentação em um ritmo acelerado. E para além disso, nos possibilitam novas formas de visualizar os futuros imaginados, sendo esta sua maior potencialidade.

ou
Mateus Pontes
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O frequente contato com ferramentas ditas revolucionárias nos levam a questionamentos constantes, principalmente na graduação: 

Qual é a melhor?

 

Em qual software devo

me aperfeiçoar?

The development and support of individual design thinking is best promoted by the individual designer. Some architects prefer to work in a manner similar to Alvar Aalto, using a loose, multiple-line drawing that gives them an almost tactile experience of their process. The specific characteristics of the chosen media of expression play an important role. Choices of drawing instrument or surface are deliberate, usually providing a level of comfort that supports the flow of ideas. The discovery of a similar degree of comfort with the medium of computer graphics is one of the challenges of achieving its effective use (LASEAU, 2000).

Independente das escolhas frente aos potenciais de cada ferramenta e nossa capacidade de manuseá-las, cabe a nós questionar o propósito das mesmas e os nossos objetivos.

 

Essa discussão, pautada pela troca de experiências e da experimentação constante contribui para um movimento de não alienação, no qual a ferramenta não domina o indivíduo. Sendo assim, o entendimento a respeito das características de cada ferramenta deve ser construído durante a prática de cada uma.

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 Mateus Stralen 

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