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ensino remoto

emergencial 

A difusão da oferta bem como da demanda pelo Ensino à Distância (EAD) vem sendo fomentada cada vez mais devido aos movimentos de evolução tecnológica e acessibilização do conhecimento. O surto de Coronavírus nos obrigou à experiência do Ensino Remoto Emergencial (ERE) e destacou a discussão sobre o ensino de Arquitetura e Urbanismo entre outras especializações, visto que este compreende uma carga horária extensa, composta por teoria e prática de forma central. 
CONSELHO DE ARQUITETURA
E URBANISMO (CAU)
 

Desde 2017 o CAU/BR se posiciona contra o ensino à distância dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, pois entende-se que os cursos cadastrados até o referido momento não atendem a legislação vigente do setor educacional, por não contemplarem a relação professor/aluno própria dos ateliês de projeto e outras disciplinas; as experimentações laboratoriais e a vivência para a construção coletiva do conhecimento (Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz. Presidente do CAU/BR. 2017)

 

O posicionamento é reiterado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e pela Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA) que em carta aberta diz:

 
Arquitetura e Urbanismo é um ofício que, da mesma forma que a Medicina e o Direito entre outras importantes profissões, tem seu exercício regulamentado por relacionar-se com a preservação da vida e bem-estar das pessoas, da segurança e integridade do seu patrimônio, e da preservação do meio ambiente. Por isso mesmo exige, em sua formação, acompanhamento não somente presencial, mas de forma muito próxima em ateliers, laboratórios, canteiros experimentais e outros espaços vivenciais, em uma relação professor-aluno bastante reduzida, o que definitivamente não pode ser alcançado em cursos oferecidos totalmente a distância.
Ambas as entidades entendem o desenvolvimento e o potencial de abrangência geográfica  da modalidade e se dispõem a participar de debates públicos a respeito da mesma, mas ainda assim não concordam com a substituição total do ensino presencial.
PANDEMIA
 

Em 2020 muitas Instituições de ensino se adequaram ao EAD com os objetivos de darem continuidade aos estudos e preservarem a saúde de seus alunos e funcionários. Nesse contexto, o debate acerca do tema ganhou ainda mais destaque.

 

Observando os comentários nas publicações de referência no site CAU podemos apreender que as percepções, tanto de alunos quanto de professores, são muito diversas. Há quem entenda que não é possível aprender Arquitetura sem as experiências presenciais, assim como há quem defenda o ensino à distância, pois enxerga nesta modalidade o “futuro incontestável”.

 
Esse ano vimos que o ensino EAD foi o único que sobreviveu ao período de pandemia, as pessoas não pararam de estudar, inclusive eu, por causa do EAD, e aprendi. Os conceitos mudaram e vimos que o ensino a distância é perfeitamente factível, e os conceitos devem ser revistos. Acho muita falta de coerência proibir o registro de profissionais que concluíram seu curso com a mesma carga horário, mesma grade, ralando pra estudar, e isso tudo por interesse de uns. Não tem nada haver com governo e sim com oportunidades, o aprender é vasto e não pode ser restrito a 4 paredes, o EAD é o futuro, está crescendo e ninguém pode impedir, se impedir é contra a educação pura e simplesmente (RUBENS LIMA, CE. 28/11/2020).
 
 
comentário retirado da página do CAU na matéria "CAU manifesta-se contra aumento da carga horária em EaD em cursos presenciais.
ESCOLA DE ARQUITETURA DA UFMG
 

Como permanecemos sujeitos à Pandemia da Covid-19 não é possível ainda ter uma visão geral a respeito das qualidades e defeitos do ensino à distância, mas a partir da nossa experiência de alunas em fase de conclusão de curso e de algumas das conversações que vivenciamos, podemos pontuar algumas percepções.

Nossa intenção ao trazer esse eixo temático aqui vem da hipótese de um possível impacto desse formato de ensino à distância na forma como os alunos percebem e desenvolvem a representação, no seu papel comunicativo e na escolha das ferramentas a serem usadas.

 

A partir dos relatos dos alunos e professores é possível observar um ponto em comum: para muitos, o desenho à mão foi o mais prejudicado. Por ter toda a interação mediada por uma tela de computador e um mouse, muitas vezes acabamos por recorrer direto a um software para construir os desenhos processuais.

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 01:28 

Alguns alunos já iniciaram a graduação participando das aulas online, fazendo com que haja uma certa ansiedade em conhecer os colegas e professores pessoalmente, assim como o próprio espaço da Escola. Outros tiverem um curto período de contato presencial e por isso já conseguem notar algumas necessidades de readequação, seja nas relações interpessoais, com os próprios processos de projeto e/ou ainda com as ferramentas de trabalho.

    Rafaela  
   Pedro R.  
ensino presencial
ensino remoto emergencial

 00:46 

 02:39 

Mateus Stralen
00:00 / 01:07
 
 
Pensando nas minhas experiências participando do modelo de ensino presencial em relação às poucas disciplinas que cursei durante o Ensino Remoto Emergencial, entendo que as trocas que ocorrem em torno do espaço da Escola são muito caras à construção do profissional em Arquitetura. Entendo que, com a presença de outros alunos e dos professores, o aprendizado se dá de forma muito mais fluida, diversa e efetiva (Alice).
 
 
Em maior ou menor intensidade, todos sentimos a falta dos diálogos que os espaços comuns nos proporcionam - e esse sentimento também contribui para o recorte deste trabalho.
 

A gente está tendo até agora a oportunidade e até mesmo a necessidade de rever essas coisas, têm surgido alternativas bastante criativas em relação a isso [formas de apresentação]

 

Algumas exposições estão indo para o meio digital,  ou acontecem pelo Instagram ou viram um vídeo. Não que isso não acontecesse antes, mas está aparecendo agora com um volume e potencial maior. Se a gente voltar a uma situação próxima do que era antes, algumas mudanças vão estimular outras mudanças.”

 03:27  

Com essa nova possibilidade de exposição de trabalhos sendo mais explorada, percebemos que o acesso a esses trabalhos não está realmente chegando a todos os estudantes. Não é como se pudéssemos andar pelos corredores da Escola de Arquitetura e poder ver os itens expostos, ou cartazes com anúncios dos trabalhos. 

 

Por isso decidimos inserir aqui uma página que poderia ser um mural online, fazendo link com essas exposições e ajudando a ver o que está sendo produzido na escola durante esse período. 

Além disso, perdeu-se o contato com alunos de outros períodos e turnos, possibilitado pelo compartilhamento do espaço físico, o que teve impacto significativo nesse trabalho e nas próprias conversações. 

 
Segue um pouco dos trabalhos produzidos na Escola de Arquitetura durante esse período:
  • Instagram
Arquitetura e Urbanismo - UFMG    |    Trabalho de Conclusão de Curso    |    Alice Neves e Scheilla Exupéry     |     2020-2021
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